Hoje, dia 8 de dezembro de 2018, um novo capítulo se inicia na história do G. F. A. Aposento da Moita.
A partir do dia de hoje, o grupo passa a ser
capitaneado pelo forcado Leonardo Mathias, que sucede assim a José Maria
Bettencourt.
A passagem de testemunho acontece na sequência
das responsabilidades profissionais do cabo cessante, que em breve rumará à
Austrália, ficando assim impedido de se focar a 100% nos destinos do grupo.
Comunicado oficial do Grupo:
"Vimos através do presente comunicado anunciar uma
troca de Cabo no GFA Aposento da Moita. Após a habitual Assembleia Geral de final de temporada, onde
este tema, entre outros, foi discutido por vontade do até então Cabo José Maria
Bettencourt que por motivos profissionais irá rumar à Austrália o que não
permitia que pudesse estar focado a 100% nos destinos do grupo, para então
preparar a temporada que se avizinha. Assim a partir deste dia os destinos do grupo passam a pertencer ao Leonardo Mathias que
assumirá desde já está função. A intenção de se retirar já tinha sido comunicada
anteriormente pelo José Maria, contudo apenas hoje se oficializou a troca de
Cabo que por motivos de ausência do mesmo não permite uma cerimónia durante um
espectáculo taurino. O GFA Aposento da Moita e toda a sua família
desejam as maiores felicidades a ambos os elementos."
Numa tarde
de outono veraneante, a praça de toiros João Branco Núncio, em Alcácer do Sal,
preencheu cerca de meia casa (principalmente no lado da sombra).
O Aposento
da Moita partilhou cartel com os Amadores de Montemor, para enfrentar toiros da
ganadaria Jorge Mendes.
Os toiros
pisaram todos a arena com muita pata (à excepção do primeiro), mas rapidamente
foram gastando as “pilhas”.
Ao Aposento
da Moita estavam destinados os 2º, 4º e 6º toiros, com pesos de 500kg, 550kg e
555Kg, respectivamente.
Para o
primeiro toiro do lote “moitense” foi escolhido o forcado João Gomes, que
brindou ao público e iniciou um cite bonito, mostrou-se ao toiro e no momento
da reunião aguentou ao limite para se fechar à córnea com o restante grupo a
ser coeso nas ajudas.
Para a cara do
primeiro toiro da segunda metade da corrida foi o forcado Leonardo Mathias, que
citou bem, colocou o toiro com ele, mas no momento da reunião o toiro “despachou”
o forcado que se tentou fechar à córnea.
Na segunda tentativa, novamente bem no cite, novamente o forcado a fechar-se à córnea
e o toiro não derrotou, mas empurrou até às tábuas, local onde a pega pôde
finalmente ser consumada.
A fechar a
tarde/noite, Martim Afonso Carvalho. Esteve bem a citar o toiro, com a calma
que o caracteriza, reuniu bem com um toiro que marrou baixo e fechou-se na
perfeição para não mais sair. Este último toiro também empurrou, deixou ajudas
pelo caminho, tendo a pega sido consumada nas tábuas.
Os três
toiros foram rabejados por Fábio Matos. João Bão
A corrida de
quinta feira nocturna da Moita é, por norma, o ponto alto da temporada do
Aposento da Moita. Numa temporada em que (estranhamente) as oportunidades não
têm sido muitas, esta seria uma (espécie de) prova de fogo.
A confiança
entre os elementos do grupo era enorme e não estavam errados, pois a noite foi
de triunfo.
Numa “Daniel
do Nascimento” cheia (mas não esgotada), o cabo José Maria Bettencourt deu o
exemplo e foi para a cara do primeiro “Passanha” da noite.
Começou o
cite dando mais de meia praça ao oponente, citou com classe, autoritário a
colocar o toiro consigo. Ao carregar a sorte, o toiro arrancou, humilhou e
permitiu que o José Maria se fechasse à barbela, efectivando assim a primeira
pega da noite.
Para a cara
do segundo toiro foi escolhido o jovem Marcos Prata.
O “franzino” Marcos foi decidido e confiante para a cara do toiro que no
momento da reunião parece ter feito um “estranho”, mas a vontade de lá ficar
era imensa.
Fechou-se à córnea, aguentou ser arrastado pela arena, aguentou um forte
derrote e manteve-se sempre agarrado à córnea do toiro, com o grupo a ajudar de
forma eficaz. Estava assim consumada a primeira pega do Marcos com a jaqueta do
Aposento da Moita, saindo no entanto lesionado.
Para fechar a primeira parte da corrida, havia o terceiro toiro para pegar,
tendo sido escolhido o (já) experiente João Ventura.
O João foi com vontade de “despachar” a sorte e tentou ter o toiro com ele
desde início. O toiro que parecia ter fixado o forcado, acabou por se
desinteressar, tendo o João que voltar a captar a atenção do hastado. Depois de
o conseguir, não houve sequer oportunidade para carregar, pois o toiro
arrancou-se de pronto e a pega foi exemplarmente consumada à primeira
tentativa.
O quarto
toiro da noite foi pegado por Leonardo Mathias, forcado experiente, já com
provas dadas e que esteve elegante no cite. Na primeira tentativa tentou
fechar-se à barbela, mas o toiro veio de cara por baixo e dificultou a entrada
dos ajudas, deixando o forcado da cara por terra. Na segunda tentativa, com o
toiro noutros terrenos, o Leonardo entrou nos terrenos do toiro, conseguiu
“sacar-se” exemplarmente, e agarrou-se para não mais sair. Consumou assim à
segunda tentativa com boa ajuda de Manuel Mendes.
Para o
quinto toiro, duas despedidas.
O excelente ajuda (um dos melhores dos últimos anos em praças lusas) Bernardo
Cardoso decidiu que era chegada a hora da despedida e quis fazê-lo na cara de
um toiro. Teve como parceiro, no adeus, outro grande ajuda do grupo, José Maria
Ferreira “Zó”.
O Bernardo,
que além de excelente ajuda foi também óptimo cernelheiro, citou em passo
rápido, mas a mostrar-se bem ao toiro. Entrou-lhe nos terrenos, recuou pouco,
mas fechou-se com uma vontade enorme. Boa a ajuda do José Maria Ferreira e do
restante grupo. Um adeus com chave de ouro para ambos, que deram volta à arena
com o cavaleiro.
O escolhido
para executar a pega ao sexto toiro foi Martim Afonso Carvalho. Um forcado
polivalente, que já tinha ajudado nos cinco toiros anteriores.
O Martim esteve bem no cite e mesmo tendo tropeçado ao recuar, conseguiu
fechar-se à barbela do toiro que entrou com pata pelo grupo e que só foi parado
nas terceiras ajudas.
Em sétimo
lugar havia um novilho para pegar e o escolhido foi João Gomes. O João é
pequeno, “franzino”, mas cheio de garra e já mostrou noutras ocasiões que é um
forcado com quem se deve sempre contar.
Após uma primeira tentativa em que o novilho vai aos joelhos do forcado da cara
e uma segunda onde os ajudas parecem não ter chegado a tempo, a pega acabou por
ser consumada à terceira tentativa.
Nota final
para Luís Fera, um “veterano” das arenas, que rabejou com mestria os 6 toiros e
o novilho, sempre de sorriso no rosto, contagiando a bancada e também todo o
grupo.
O grupo recebeu uma enorme ovação no fim da corrida.